Bom, eu nem sei mais como começar ...
A dias eu só acho que tenho que escrever, porque sempre me ajudou a colocar tudo pra fora.
2019 não tem sido um ano fácil, e olha que eu já passei por MUITA coisa em 24 anos (quase 25) vividos.
Inclusive, esse blog foi um dos refúgios que achei em uma dessas fases pesadas.
Então eu comecei a ler os antigos textos, antigas frustrações e pensamentos.
Acabei me deparando com a frase "Eu sei que pode parecer drama" e pensei: "gente eu nunca estive bem, eu nunca culpei os outros, eu só me culpei".
E analisando friamente, quantos traumas vividos, quantas pessoas (também com seus problemas internos) afetaram a minha vida.
E enfim esse ano, eu cheguei ao meu extremo de suportar.
Quanta dor, quantas lágrimas, quantas coisas eu tive que suportar.
Amadureci ou só me machuquei mais?
Eu já desisti tanto de mim...
E uma situação em específico me fez enxergar que na realidade, eu não me amo.
Vi o cara que estou ficando atualmente, se dar um beijinho inocente no braço, e aquilo pra mim foi assustador. Eu estranhei demais, como alguém pode se amar? Po e isso nem é um defeito. É uma questão de sobrevivência eu diria.
Sem amor próprio, a gente permite que todas as outras pessoas façam o que elas querem com a gente.
Desde pequena a minha visão sobre relacionamentos foi totalmente derrubada (e só consigo ter essa consciência agora). Eu disse quando criança/adolescente por muitas vezes que eu não queria casar, que eu iria fazer inseminação artificial e ter meu tão sonhado "filho". E basicamente foi o que rolou, hoje tenho minha filha e o pai dela é a pessoa mais zero responsabilidades que pode existir.
Meus pais sempre brigaram muito, eles nem queriam estar juntos, foram forçados a isso. O que resultou uma série de outros problemas.
Brigas constantes, agressões físicas, verbais, fora traições.
Eu cresci vendo tudo aquilo que eu não queria, eu cresci vendo que não era possivel confiar em alguém, que as pessoas são cruéis.
Isso se reflete um montão nas minhas relações hoje.
O ano é 2019, e n coisas aconteceram.
Em 2017 meu pai faleceu, trazendo uma certa "liberdade" para toda aquele conflito que vivi dentro de casa desde pequena. Mas aí vem outros problemas.
A relação com a minha mãe se tornou caótica.
O que me fez questionar várias vezes se o problema então era EU!
Pô, eu me dava mal com o meu pai e agora com a minha mãe também.
E isso foi começando a ficar cada vez PIOR.
No começo do ano após uma briga muito feia, onde eu quase perdi o controle e quis agredir ela, resolvi EU MESMA buscar ajuda.
Foi então que comecei a ir a psicologa que me ajudou a ter muitas visões e abrir ainda mais minha mente com muitas coisas.
Eu sempre relutei em pedir ajuda, porque nunca achei que precisasse...
Antes eu tivesse procurado.
Hoje eu sofro com ansiedade e depressão.
É até difícil colocar tudo o que aconteceu, porque rolou muita coisa.
Pela segunda vez na minha vida eu me machuquei, como fuga ... eu me lembro disso ter acontecido exatamente na mesma época em que eu escrevia aqui nesse blog.
É tudo misturado, um desgaste emocional, físico, mental ...
E olha a que ponto cheguei, me arranhar de novo.
Foi cruel demais comigo, e tem sido.
O jeito que eu me cobro, me machuco e me penalizo.
Então novamente, to tentando sair dessa.
Evoluir, amadurecer.
Eu perdi a vontade de todas as coisas que me faziam bem, eu tenho me arrastado ...
E descontado em pessoas que só querem me ver bem, me fazer bem.
E não é justo com elas.
Tô tentando ser mais sincera, com os outros e comigo.
Tentando ser mais paciente, respeitar os momentos, viver o AGORA!
Cheguei a um ponto onde eu só quero logo ver o fim.
Mas não sei viver o caminho sem me preocupar, sem chorar, sem ...
sem ...
Hoje eu tô escrevendo só pra tentar tirar tudo isso da cabeça.
O texto pode ter ficado sem pé, nem cabeça, mas foi apenas pra esvaziar.
E é capaz que tenha outros tantos desse, até que eu estabilize a situação novamente.
Hoje eu acordei com aquela angústia de novo.
E isso tá fazendo eu estragar e afastar tudo aquilo que me faz bem.
Tô sendo uma péssima mãe, uma péssima ficante, uma péssima amiga...
Eu tô fugindo.
De tudo, de mim ...
